Como lidar com o dilema: Potencial x Objetividade?
- Daniel Franco
- 10 de jun.
- 5 min de leitura
Atualizado: 12 de jun.
Descubra por que duas visões igualmente "certas" podem te levar a universos profissionais opostos e qual dessas forças guia a sua trajetória.
Você já parou pra pensar o que realmente move sua carreira?
É a busca incessante por conquistas e resultados, ou a vontade de aprender e se desenvolver constantemente? Acredite, não existe uma resposta errada. Mas entender qual dessas prioridades te guia pode fazer toda a diferença na sua trajetória profissional.
Para explorar essa dualidade, vamos pegar um "atalho" pelo espaço. Estava eu assistindo a uma das minhas séries de ficção científica favoritas ontem à noite – sim, sou daqueles que curtem as produções dos anos 2000 🖖, puramente por uma "investigação profissional" das dinâmicas de equipe, claro! 😉 – e simplesmente não consegui parar de pensar em uma cena.
A nave Voyager está presa a milhões de anos-luz de casa. Dentro dela, duas personagens competentes têm visões opostas sobre como lidar com a situação:
A Capitã Janeway: Quer voltar para casa, mas vê cada planeta e civilização encontrados como uma oportunidade valiosa de aprender, explorar e crescer, mesmo que isso atrase a viagem.
Sete de Nove: Uma ex-Borg focada na eficiência máxima, para ela, cada parada é um desperdício de tempo e recursos que atrapalha a missão de "conquistar" o retorno ao lar.
Esse embate oferece um espelho poderoso para as escolhas que fazemos na nossa própria jornada profissional.
O confronto de duas verdades
O coração do dilema entre a Capitã Janeway e Sete de Nove se revela em um diálogo que encapsula as duas mentalidades que abordamos. Esse momento é crucial para entender como duas visões, ambas com sua lógica, podem levar a prioridades e caminhos muito diferentes.
Veja como essa tensão se manifesta na prática:
Sete de Nove: "Capitã, nossa principal missão é retornar à Federação. Parar em todos esses planetas para 'estudar' e 'interagir' é uma perda de tempo. Estamos longe de casa e nossa eficiência é prejudicada."
Janeway: "Sete de Nove, a exploração e o contato são essenciais para a nossa compreensão da Galáxia. Não podemos simplesmente ignorar a oportunidade de aprender sobre essas culturas."
Sete de Nove: "Mas, Capitã, a nossa compreensão da Galáxia é secundária à nossa sobrevivência e retorno. Se passarmos muito tempo explorando, podemos ser encontrados ou, pior, nos tornar reféns de alguma ameaça."
Janeway: "Sete de Nove, não podemos ser tão pragmáticos a ponto de negligenciar a curiosidade e a ética. O que aprendemos em cada encontro pode ser importante para o nosso futuro e para a Federação."
Sete de Nove: "Minha lógica me diz que a prioridade deve ser o retorno. Se nossa missão não for concluída, nossa existência perde o sentido."
Janeway: "Sete de Nove, essa é uma perspectiva limitada. A vida é mais do que apenas cumprir uma missão. A jornada também importa."
Sete de Nove: "Capitã, a viagem não é uma jornada para mim, é um meio de atingir um fim. A exploração é uma distração e um desperdício de recursos."
Janeway: "Sete de Nove, a exploração é parte de nossa identidade. Não podemos simplesmente ignorar o mundo ao nosso redor."
Conquistar: A mentalidade da eficiência e do resultado
No mundo corporativo, a voz de Sete de Nove é a do profissional que busca resultados a qualquer custo: fechar projetos, bater metas, subir de cargo, otimizar processos. Para essa mentalidade, "perder tempo" com aprendizados que não trarão um retorno imediato é quase um crime. A preocupação é a segurança da meta e o caminho mais curto para o sucesso.
Você se identifica com a urgência de "chegar lá" e a otimização de cada passo para alcançar o objetivo final?
Crescer: A mentalidade da exploração e do aprendizado
Janeway, por outro lado, representa a busca pelo crescimento e pela expansão. Embora o objetivo final seja o mesmo, ela entende que a jornada em si oferece oportunidades únicas para aprender e se desenvolver. Essa é a mentalidade do profissional que vê cada desafio, cada novo projeto e cada interação como uma chance de expandir horizontes.
Você se identifica com o aprendizado contínuo, a curiosidade e a capacidade de se adaptar quanto aos resultados imediatos?
Para Janeway, a ética de não ignorar o mundo ao redor e a curiosidade inerente à exploração são partes fundamentais da identidade. E confesso que observar a firmeza ética de Janeway, mesmo diante de dilemas complexos (algo recorrente nas séries dos anos 2000 que tanto me atraem para estudo!), sempre me faz repensar minhas próprias abordagens.
Duas verdades, caminhos distintos
O ponto central desse conflito é que ambas estão certas, dentro de suas próprias lógicas.
Sete de Nove tem razão ao priorizar a eficiência para o retorno. Janeway também está certa ao defender o valor intrínseco da exploração e do aprendizado.
O que as difere é a prioridade que dão.
Eis o cerne da questão para sua carreira: conquistar objetivos, como alcançar um novo salário, um cargo desejado ou finalizar um projeto desafiador, é a força que te impulsiona e direciona, definindo o rumo e os marcos da sua jornada. Mas, igualmente vital, é crescer – através do aprendizado contínuo, das conexões que você constrói e da superação dos desafios – que dá profundidade e propósito à essa mesma jornada, moldando quem você se torna profissionalmente. O equilíbrio entre buscar e expandir é o que realmente define uma trajetória de sucesso.
Qual caminho você vai trilhar?
Não se trata de escolher um e abandonar o outro, mas de encontrar seu próprio equilíbrio. A carreira, assim como a viagem da Voyager, é um percurso complexo. O desenvolvimento profissional não é uma linha reta, mas uma série de curvas, desvios e descobertas que enriquecem sua experiência e o preparam para o inesperado.
Abrace o inesperado: Esteja aberto a novas oportunidades, mesmo que pareçam desviar do seu plano original. Elas podem ser a chave para um crescimento que você nem imaginava (algo que vejo acontecer com frequência nos enredos intrincados das minhas séries favoritas!).
Invista em aprendizado contínuo: Não se limite ao que é estritamente necessário para sua função atual. A curiosidade em áreas diversas pode abrir portas e expandir sua visão de mundo.
Construa sua rede de contatos: Interaja com pessoas de diferentes áreas e experiências. As conversas e os relacionamentos são tão importantes quanto as habilidades técnicas.
Reflita sobre o processo: Não olhe apenas para o resultado final. Pergunte a si mesmo: o que eu aprendi? Como eu cresci? O que eu poderia ter feito diferente? (Essa é uma prática que tento aplicar após cada "sessão de estudo" das minhas séries preferidas!).
No fim das contas, a pergunta não é "qual é o certo?", mas sim "qual dessas prioridades define a minha jornada profissional hoje?". Você está mais focado em conquistar o próximo objetivo ou em crescer com cada passo dado? Pense nisso e também no fato de que não é uma escolha definitiva, o espaço-tempo traz muitas surpresas universo à fora. Daniel Franco é um facilitador de ideias Especialista em comunicação, mentoria, novos negócios, desenvolvimento de profissionais e que talvez esteja assistindo Star Trek demais. Tendo epifanias achando que tudo está conectado com ter uma vida longa e próspera. 🖖
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