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Como você reage quando alguém te quebra com algo que você pensava que “sempre soube”?

Atualizado: 24 de jul.

Ops!
Ops!

O momento da descoberta

Estava dando seguimento a um processo de integração apresentando o meu perfil profissional para minha nova assistente de 21 anos, quando eu disse uma frase que usava quando tinha a idade dela e continuei usando depois de adulto para deixar claro meu estilo leve de liderar: “ser irreverente não é ser irresponsável”.


Ela parou, admitiu que não conhecia a palavra “irreverente” e, ali mesmo, pegou o celular para procurar no dicionário. Leu em voz alta:

Irreverente: que não tem reverência; que demonstra falta de respeito por coisas consideradas sagradas ou sérias; desrespeitoso.

Silêncio constrangedor.


Percebi que eu nunca parei para confirmar o significado de uma palavra que usei para me definir por anos? Descobri que “irreverente” não significa “descontraído” ou “espontâneo”, como eu achava. Na verdade, é pior do que ser irresponsável.

Não existe o óbvio. Mas é óbvio que é bom perguntar

Quantas vezes assumimos que sabemos o significado de algo sem nunca ter verificado?

Quantas palavras usamos, conceitos que aplicamos, estratégias que defendemos baseados em suposições que nunca questionamos?


  • Passei anos repetindo uma palavra que me definia — ou pelo menos eu achava que definia. Só que eu nunca tinha parado pra entender o que ela realmente significava. Se isso acontece com palavras, imagine com quantas outras ideias, crenças e certezas a gente segue no piloto automático.


  • E no mundo profissional isso pega forte. É o gestor que mantém os mesmos métodos sem abrir espaço para novas abordagens, porque “sempre funcionaram”. É o vendedor que repete técnicas no automático, sem validar se ainda geram resultado real. É o profissional sênior que desacelera o aprendizado, achando que já chegou no topo do conhecimento. ⠀

O poder do diálogo intergeracional

O que me chamou atenção nessa situação foi como uma pessoa tão mais nova do que eu me ensinou algo fundamental. Ela não fez isso sendo prepotente ou me corrigindo diretamente. Simplesmente questionou, com genuína curiosidade.


As gerações mais jovens no ambiente de trabalho podem trazer:

  • Questões frescas: não estão viciadas no “sempre foi assim”

  • Curiosidade natural: questionam o que parece ser óbvio

  • Acesso a informações: cresceram checando tudo na internet

  • Coragem para perguntar: não têm medo de parecer ignorantes

Falando nisso: a coragem de não saber

Aquele momento nos lembra que a verdadeira maturidade profissional não está em ter todas as respostas, mas em:


  1. Aceitar que podemos estar errados – mesmo sobre coisas que “sabemos” há décadas

  2. Valorizar quem questiona – ao invés de nos sentirmos ameaçados

  3. Parar para verificar – mesmo que seja no meio de uma reunião

  4. Admitir o erro – e transformá-lo em aprendizado

Criando uma mentalidade de aprendizado contínuo

Como profissionais que queremos nos manter relevantes e conectados com um mundo melhor, precisamos:


Cultivar a humildade intelectual

  • Admitir quando não sabemos algo

  • Buscar informações na frente de colegas e clientes

  • Agradecer quem nos corrige ou questiona

  • Reconhecer que experiência não é sinônimo de conhecimento absoluto


Encorajar questionamentos (em nós e nos outros)

  • Fazer perguntas abertas em conversas profissionais

  • Valorizar quem traz perspectivas diferentes

  • Criar espaços seguros para “não saber”

  • Questionar nossas próprias certezas regularmente


Aproveitar a diversidade geracional

  • Reconhecer que cada geração tem forças únicas

  • Buscar mentorias bidirecionais

  • Misturar experiência com oxigenação

  • Estar aberto ao aprendizado, independente da idade de quem ensina


É isso que busco aplicar quando trabalho com equipes em processos de inovação: quebrar a síndrome do “sempre foi assim” e criar culturas onde questionar é mais valorizado do que ter todas as respostas. Porque, convenhamos, se é possível passar anos se definindo errado, imagine quantas outras “certezas” organizacionais merecem ser questionadas!

A lição que mudou tudo

Agora, quando me apresento profissionalmente, uso outras palavras. Talvez “autêntico”, “direto” ou “espontâneo”. Mas a maior mudança não foi no vocabulário – foi em ficar mais atento para me permitir questionar minhas próprias certezas.


Ficou mais claro que a experiência só tem valor quando temperada com humildade. Que crescer profissionalmente não é acumular conhecimento, mas refletir constantemente sobre o que achamos que sabemos. E que, às vezes, as maiores descobertas sobre nós mesmos vêm das situações mais constrangedoras.

Para sua reflexão


  • Que “verdades” sobre você mesmo você nunca questionou?

  • Quantas palavras você usa sem realmente conhecer o significado?

  • Como você reage quando alguém questiona algo que você “sempre soube”?

  • Que descobertas constrangedoras podem estar te esperando?


Na próxima vez que alguém da sua equipe fizer uma pergunta que pareça óbvia, pare. Respire. E considere a possibilidade de que talvez você não saiba a resposta tão bem quanto imagina. Ou melhor: torça para que não seja uma palavra que você usa há 20 anos!


Fortalecer essa crença me deixa ainda mais convicto quando realizo treinamentos com líderes, empreendedores e também com jovens: criar ambientes onde experimentar é permitido, questionar é desejado e reaprender é o normal.


É por isso que costumo começar meus treinamentos com uma pergunta simples: “O que vocês têm certeza absoluta que sabem?” A resposta costuma ser reveladora – e divertida. Isso não é só metodologia de coaching — é sobrevivência profissional.


P.S.: Agora, sempre que alguém me pergunta como me defino profissionalmente, respondo: “Sou autêntico, direto e... definitivamente não sou irreverente!” Pelo menos essa eu tenho certeza que sei o significado. Ou será que não? 🤔


P.P.S.: Se você está pensando em me corrigir sobre “autêntico” ou “direto”, por favor, tenha piedade. Meu ego ainda está se recuperando. Rs


Daniel Franco é um facilitador de ideias. Especialista em comunicação, mentoria, inovação, desenvolvimento de profissionais e com certeza, talvez, não tenha orgulho da própria humildade.

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